Resenha || Uma Estranha em Casa, de Shari Lapena

Record, 2018 || 266 páginas || Skoob

Sinopse: Karen Krupp acorda no hospital, sem ter a menor ideia de como foi parar nele. Tom, seu marido, diz que a porta estava destrancada quando ele entrou em casa, as luzes acesas, e que a esposa provavelmente saiu às pressas quando estava preparando o jantar, pelo que ele viu na cozinha. Karen perdeu o controle do carro enquanto dirigia a toda a velocidade e bateu de frente num poste. O mais estranho: o acidente aconteceu num dos bairros mais perigosos da cidade. A polícia suspeita de que Karen esteja envolvida em algo obscuro, mas Tom tem certeza de que não. Ele está casado com ela há dois anos, conhece muito bem a mulher. Será mesmo? Vai perguntar tudo a Karen quando chegar ao hospital, depois de dizer que a ama e que está feliz por ela ter sobrevivido, é claro. Mas Tom não obtém resposta nenhuma... porque ela não se lembra de absolutamente nada.  

RESENHA ✍

Uma Estranha em Casa é o segundo livro publicado da escritora canadense Shari Lapena, que ganhou notoriedade em 2016 ao publicar seu primeiro romance, O Casal que Mora ao Lado, lançado aqui pela Editora Record no ano seguinte. O livro fez bastante sucesso e agora a autora está de volta com seu mais novo suspense.

Neste livro conhecemos os Krupp. Tom chega em casa depois do trabalho e tudo o que quer é relaxar ao lado de sua esposa, mas se surpreende ao não encontrá-la em casa. A porta está aberta, a comida está em cima da pia e sua bolsa está no quarto, mas Karen não está ali, nem na casa de conhecidos do casal.

Karen Krupp acorda no hospital depois de um acidente de carro causado por sua conduta indevida no trânsito, e na área mais perigosa da cidade. Ela estava correndo, algo que nunca fez antes, mas não sabe exatamente do quê. Com amnésia causada por um traumatismo craniano, ela não se lembra de nada sobre o que aconteceu naquela noite.

Um corpo é encontrado em um restaurante abandonado próximo ao local do acidente, e agora os detetives responsáveis pelo caso estão definitivamente interessados em desvendar o crime aparentemente simples, mas que há cada dia se mostra mais e mais complexo.

Logo os segredos que Karen tenta a todo custo esconder virão a tona. Tom ficará dividido entre confiar inocência da esposa ou nas evidências da investigação. Tom descobre que nunca a conheceu de verdade, e de repente ela se torna uma estranha. A melhor amiga e vizinha de porta de Karen, Bridgid, também tem muito a esconder, e a revelar também.

Esse é um thriller bem curto, com suas 266 páginas divididas em -- capítulos. A narrativa em terceira pessoa é bem ágil possui vários pontos de vista, além de diálogos constantes no texto. Foi uma leitura bem rápida, e como a curiosa que sou não consegui largar até chegar ao final. Bem, posso dizer que foi uma das maiores decepções do ano pra mim.

Por ser fissurada no gênero estava super animada para ler esse livro, que infelizmente não foi nada do que eu estava esperando. E também não é uma questão apenas de expectativas altas, mas de conteúdo mesmo.

O livro apresenta personagens rasos, frágeis. A trama é ágil, sim, mas senti que o ritmo avançado foi uma forma de mascarar um pouco a fragilidade do enredo em se tratando de construção e desenvolvimento. Os diálogos foram tão atrapalhados e o final tão sem noção que, pela primeira vez esse ano, senti que terminei uma leitura sem absorver nada dela, o que é muito triste independente do gênero da obra. 

Não é um livro que pessoalmente recomende, mas vale sempre lembrar que mesmo que não tenha funcionado para mim, com certeza funcionou e funcionará para outras pessoas :)