sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Resenha || A Terra Longa, de Terry Pratchett e Stephen Baxter

Bertrand Brasil, 2018 || 350 páginas || Skoob
Sinopse: Dois grandes autores de ficção científica se unem para dar início a uma aventura entre mundos paralelos. Tudo começa com a oficial Monica Jansson, que vasculha o que restou da casa de um cientista recluso misteriosamente desaparecido e encontra um Saltador: aparelho que permite viagens por entre infinitas Terras paralelas. Anos depois, conhecemos Joshua Valienté, um saltador natural, que não precisa do aparelho para transitar entre universos. Após viver boa parte da vida como um andarilho solitário, ele é recrutado pela influente Black Corporation para uma viagem de exploração, na qual deve seguir até os confins desses múltiplos mundos, afastando-se cada vez mais da Terra Padrão, e descobrir os segredos e surpresas que a Terra Longa reserva.  

RESENHA ✍

A Terra Longa é o primeiro livro de uma série de ficção científica escrita a quatro mãos por Terry Pratchett e Stephen Baxter. Pratchett é mais conhecido pelos livros da série Discworld e pelo teor cômico de suas narrativas fantásticas. Em 2017 a editora Bertrand trouxe uma nova edição de Belas Maldições, que o autor escreveu junto a Neal Gaiman e que é um dos livros mais aclamados de ambos os escritores (resenha aqui). Stephen Baxter é um escritor de ficção científica hard premiado, graduado em matemática e engenharia, conhecido pela criação de universos alternativos e introduzir muito da matemática, física e história da evolução em seus livros.

Escrito por dois autores incríveis e mundialmente reconhecidos por seus trabalhos de ficção científica e fantasia, A Terra Longa é uma fusão das características mais proeminentes nas obras de ambos. Soma a imaginação, criatividade e imprevisibilidade de Terry Pratchett na construção dos personagens, diálogos e comicidade com o conhecimento de Baxter nos detalhes mais científicos e matemáticos do livro, coisas que também não são estranhas ao primeiro. Eles não decepcionam.

O livro acompanha vários personagens em uma viagem maluca por diversos cenários no tempo presente. Da noite para o dia, depois de um post na internet, as pessoas agora são capazes de construir uma máquina capaz de fazê-los saltar para versões alternativas (e vazias, por enquanto) do lugar onde vivem. Joshua Valienté tem a habilidade de saltar para esses universos de forma espontânea, sem a máquina que todos usam. Uma empresa bilionária toma conhecimento do rapaz e o recruta para sair em uma exploração pela Terra Longa, que se mostra mais perigosa e imprevisível do que parecia no principio. Ao lado de uma consciência presa em um corpo robótico chamado Lobsang em uma nave fortemente equipada, Joshua tem muitas surpresas sobre esses mundos, e sobre si próprio.
"Não posso deixar de pensar que, se abusarmos da sorte com este maravilhoso brinquedo do multiverso, mais cedo ou mais tarde um pé enorme vai descer sobre nós. Se bem que você provavelmente vai olhar para cima para saber quem é o dono do pé.
— Até isso seria interessante — disse Joshua.”

O ritmo do livro é bem ágil, e os autores conseguem desenvolver situações e diálogos mais filosóficos sem diminuir esse ritmo ou tornar a leitura chata. Confesso que tive alguns problemas na segunda metade do livro, pois a trama traz muitas perguntas e são poucas as respostas que obtive, o que não é ruim em se tratando do primeiro livro de cinco em uma série de ficção científica. Espero que a editora Bertrand traga os próximos logo, pois já me apeguei aos personagens e tenho minhas teorias sobre essa aventura (aparentemente) sem fim. É um livro que recomendo fortemente para quem gosta do gênero e de narrativas como Belas Maldições, Uma Dobra no Tempo e Todos os Pássaros no Céu.

Quem já leu, me conta aqui nos comentários o que achou :)

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