quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Resenha || À Beira da Loucura, de B.A. Paris

Editora Record, 2018 || 350 páginas || Skoob
Sinopse: Cass está sendo consumida pela culpa desde a noite em que viu uma mulher dentro de um carro parado na estrada perto de sua casa, durante uma terrível tempestade, e tomou a decisão de não sair para ajudá-la. No dia seguinte, aquela mesma mulher foi encontrada morta naquele exato lugar. Cass tenta se convencer de que não havia nada que pudesse ter feito. E, talvez, se tivesse ido ajudá-la, poderia ela mesma estar morta agora. Mas nada disso é o suficiente para aplacar a angústia que sente, principalmente considerando o fato de que o assassinato aconteceu ali do lado, bem perto de sua casa isolada ― e que o assassino ainda está à solta. Então, depois da tragédia, Cass começa a ter lapsos de memória: não consegue se lembrar de ter encomendado um alarme para casa, não sabe onde deixou o carro, muito menos por que teria comprado um carrinho de bebê quando nem filhos tem. A única coisa que ela não consegue esquecer é Jane, a mulher que poderia ter salvado, e a culpa terrível que a corrói por dentro. Tampouco consegue esquecer as ligações silenciosas que vem recebendo, nem a sensação de que está sendo observada. Seria possível que o assassino a tivesse visto, parada no acostamento, enquanto decidia se ajudaria a mulher ou não? Será que ele está tentando assustá-la para que ela não conte nada à polícia? Mas como alguém poderia acreditar em seus temores quando nem mesmo ela é capaz de saber o que é verdade e o que é mentira? E como Cass pode acreditar em si mesma quando tudo ao seu redor parece provar que está ficando louca?  

RESENHA ✍

À Beira da Loucura é o segundo livro de B.A. Paris publicado no Brasil pela Ed. Record. O primeiro, Entre Quatro Paredes, já foi resenhado por aqui. Meu primeiro contato com a autora foi ótimo e eu aproveitei bastante a leitura do thriller, que li de um só fôlego. A leitura rápida e envolvente se repete com esse segundo livro, que fui animada ler assim que chegou por aqui.

Nele conhecemos Cass, que uma noite de tempestade resolve cortar caminho por uma trilha escura, mas de fácil acesso para sua casa, apesar dos pedidos preocupados do marido, Matthew, para que não pegue o atalho. Ignorando sua própria preocupação, ela foge da tempestade por ali, onde se depara com um carro parado no meio do caminho estreito; dentro, uma mulher aparentemente alheia ao carro de Cass e ao fato de ela ter parado ali. Como a mulher não parece precisar de ajuda, e temendo pela própria segurança, ela vai embora.

No dia seguinte, uma notícia terrível chega até ela: o corpo de uma mulher é encontrado dentro de um carro estacionado perto de sua casa, e o assassino está a solta. A notícia a abala profundamente, e  Cass começa a questionar suas ações naquela noite. Ela devia ter saído do carro e oferecido ajuda, ou ligado para a polícia, mas não fez nada pela pobre mulher, e agora a culpa a perseguiria.

Após o ocorrido, ela começa a ter lapsos de memória, e ela começa a temer acabar como sua mãe, com demência, esquecendo de tudo e todos e passando seus últimos dias dependendo completamente de outras pessoas. Além dos lapsos, Cass começa a receber estranhas ligações em casa, silenciosas e anônimas. Alguém parece saber exatamente o que aconteceu, e agora está atrás dela. Ou seria tudo fruto de sua mente cada vez mais debilitada?


À Beira da Loucura foi uma leitura que me envolveu rapidamente, do primeiro ao último capítulo. Como boa fã de thrillers psicológicos, fiquei animada quando soube do lançamento, afinal gostei muito do primeiro livro da B.A. A narrativa em primeira pessoa prende o leitor, enquanto nossa narradora nada confiável tem crises cada vez mais frequentes e é quase totalmente consumida pelo pânico e pela culpa, depois de ser a última a ver Jane, a mulher do carro, com vida, e não ter feito nada para ajudá-la. O leitor confronta a questão: o que você teria feito, no lugar de Cass? Teria parado, no meio da tempestade? Teria ligado para a polícia, ou chamado por ajuda? E se fosse uma emboscada?

O final foi bem previsível para mim, e estranhamente parecido com o final de Entre Quatro Paredes, apesar de serem duas tramas distintas. Matei a charada muito antes da personagem, o que acabou desanimando um pouco, apesar de o ritmo no final do livro ser bem intenso, com o fôlego renovado de todas as revelações.

É um thriller que recomendo, principalmente se você está começando no gênero e ainda não conhece a autora. Se já leu ou ficou com vontade, me conta aqui nos comentários :)

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