segunda-feira, 30 de abril de 2018

Resenha || Sobre os Escritores, de Elias Canetti

José Olympio, 2018 || 208 páginas || Skoob
Sinopse: Elias Canetti, Nobel de Literatura de 1981, recorre ao mais amplo conhecimento em suas referências e análises e trata de grandes nomes como Proust, Shakespeare, Joyce, Kafka, entre outros. Laureado com o Nobel de Literatura de 1981, Canetti decidiu, pouco antes de sua morte, que confiaria à Biblioteca de Zurique seus textos ainda inéditos – e pediu que não fossem liberados antes de 2024. Entretanto, com intuito de comemorar o centenário do nascimento do autor, sua filha se antecipou. E, entre os liberados precocemente, encontram-se os que compõem este Sobre os escritores. Por meio de aforismos, anotações, ensaios e conferências – selecionados por Penka Angelova e Peter von Matt –, Canetti trata de Proust, Shakespeare, Joyce e Kafka, entre outros, e faz da erudição um alicerce seguro para mostrar todo seu amor pela literatura. Para Ivo Barroso, “uma expressiva amostra de sua riqueza literária com este livro sobre poetas, escritores e os vultos notáveis que enriqueceram a experiência literária de Canetti”.  

RESENHA ✍

Elias Canetti foi um romancista nascido na Bulgária que escreveu e publicou suas obras na língua alemã, com a qual sempre teve muita facilidade. Em 1981, aos 76 anos, recebeu o Prêmio Nobel de literatura "por escritos marcados por uma ampla perspectiva, uma riqueza de ideias e poder artístico." Entre suas obras mais conhecidas estão Auto-da-Fé e Massa e Poder.

Esse foi meu primeiro contato com a escrita de Elias Canetti; não conhecia seu trabalho e, quando apareceu a oportunidade de realizar essa leitura, não resisti e resolvi arriscar. Sempre que tenho a oportunidade de ler livros menos conhecidos de autores cultuados (como contos e ensaios), opto por fazê-lo. Já tive ótimas surpresas!

Neste livro, publicado depois de sua morte, estão reunidos vários escritos de Canetti sobre os poetas que lia, desde Proust e Kafka a Mark Twain, entre outros escritores que tiveram alguma influência sobre ele. O livro não segue uma ordem ao apresentar esses trechos, que foram selecionados por Penka Angelova e Peter von Matt.
"O que o poeta não viu, não aconteceu."

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Resenha || Quando as Estrelas Caem, de Amie Kaufman e Meagan Spooner | Starbound #1

Novo Conceito, 2018 || 416 páginas || Skoob
Sinopse: Tarver só tem 18 anos, mas já ocupa o posto de Major e foi condecorado como herói. Lilac é mimada e arrogante, e acha que o mundo existe somente para servi-la. A menina mais rica da galáxia e o guerreiro misterioso. Perdidos em um planeta abandonado, os únicos sobreviventes de um desastre que matou milhares de pessoas sabem que precisam aprender a conviver e não estão certos de que conseguirão voltar para casa um dia. Juntos, eles enfrentam aparições, vozes fantasmagóricas, coisas que desaparecem e a presença cada vez mais próxima da força desconhecida que ejetou do espaço a nave Icarus. Criando um vínculo que supera o clichê os opostos se atraem , Lilac e Tarver provam que a coragem e a lealdade podem ser muito maiores que o instinto de sobrevivência. Personagens que, de tão imperfeitos, nos fazem torcer por eles. Suspense arrebatador, amadurecimento e um desfecho eletrizante daquelas fantasias que nos cativam e fazem querer compartilhar a história com todo mundo... Quando as estrelas caem é apaixonante.  

RESENHA ✍

Quando as Estrelas Caem é o primeiro livro de uma trilogia escrita a quatro mãos pelas autoras Amie Kaufman e Meagan Spooner. Há alguns anos li a sinopse desse livro e fiquei bem curiosa, afinal se trata de um jovem adulto com um pé na ficção científica, e eu queria ver como as autoras iriam introduzir esse último elemento na trama. Finalmente o livro foi lançado aqui no Brasil!

O livro apresenta dois personagens bem diferentes: Tarver tem 18, ocupa o posto de Major e foi condecorado  como herói após uma bem-sucedida missão que o deixou bem conhecido. Em uma festa ele conhece a bela Lilac e se encanta por ela...

Lilac é a garota mais rica de toda a galáxia (e mimada também); quando conhece Tarver ela acredita que o Major só se aproxima pelo mesmo motivo que todos os outros: seu dinheiro e posição. Mal sabe ela que Tarver não faz a mínima ideia de quem é Lilac; talvez a única pessoa em todo o universo a não saber.

Quando a nave que eles ocupam entra em pane, eles são os únicos sobreviventes do desastre que ceifou milhares de vidas; agora os dois se encontram em um planeta desconhecido e abandonado onde precisam, juntos, lutar pela sobrevivência enquanto algo ali parece querer enlouquecê-los.
"Ela não está olhando para mim e vendo um cara criado no lado errado do planeta. Ela não está vendo um soldado, nem um herói de guerra, nem um rústico sem cultura que não entende quão difícil isso é para ela, nem um idiota que não sabe o que é certo. Ela apenas me vê."

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Diário de Leitura #30 a #33 | Maresi, Coragem e Me Chame Pelo Seu Nome


Já faz um tempo que venho querendo trazer postagens mais dinâmicas aqui no blog, então decidi começar a fazer diários de leitura onde vou falar resumidamente sobre as últimas leituras que fiz. Ainda não sei se o formato seguirá o mesmo deste post, mas espero que gostem do resultado e acompanhem as próximas postagens :)

Li muita coisa boa nessas últimas semanas! Vamos começar por Maresi...


Maresi, de Maria Turtschaninoff (Editora Morro Branco)

Maresi é o primeiro livro da série As Crônicas da Abadia Vermelha, de Maria Turtschaninoff, publicado esse ano pela Morro Branco. Gente, que livro ótimo! Ele é contado em primeira pessoa pela Maresi, uma jovem noviça que mora com outras várias meninas e mulheres na Abadia Vermelha, na ilha de Menos, um lugar que muitos pensam se tratar de lenda, mas que para essas mulheres é um refúgio, o lugar que as acolheu e protegeu. Lá é proibida a entrada de homens (um sonho) e elas vivem do que produzem. Um lugar assim só pode ter magia, certo? E a resposta é sim, tem magia, e é uma coisa linda de se ler. A autora teve umas ideias fantásticas e desenvolveu tudo maravilhosamente bem.

sábado, 21 de abril de 2018

Resenha || A Mulher Entre Nós, de Greer Hendricks e Sarah Pekkanen

Paralela, 2018 || 352 páginas || Skoob
Sinopse: Um livro de suspense que explora as complexidades do casamento e as verdades perigosas que ignoramos em nome do amor. Aos 37 anos, a recém divorciada Vanessa está no fundo do poço. Deprimida, morando no apartamento de sua tia, ela não tem filhos, dinheiro ou amigos verdadeiros. Ao descobrir que Richard, seu rico e carismático ex-marido, está prestes a se casar de novo, algo dentro de Vanessa se quebra. A partir de agora, sua vida irá revolver em torno de uma única obsessão: impedir esse matrimônio. Custe o que custar. Na superfície, Nellie se parece com qualquer outra jovem bela e sonhadora que veio para Manhattan começar sua tão sonhada vida adulta. Mas a personalidade tranquila que ostenta é apenas uma fachada. Em sua mente, perdura um segredo que a fez fugir de sua cidade natal e que a impede de caminhar em paz quando está sozinha. Ao conhecer Richard – bem sucedido, protetor, o homem dos sonhos – ela finalmente começa a sentir-se segura. Ele promete protegê-la de todos os males, para o resto de sua vida. Mas, de repente, ela começa a receber ligações misteriosas. Fotografias em seu quarto são movidas de lugar. O lenço que ela planejava usar em seu casamento desaparece. Alguém está perseguindo a, alguém quer o seu mal. Mas quem?  

RESENHA ✍

Vanessa Thompson tem 37 anos e acabou de se divorciar do marido, Richard. A separação não está sendo nem um pouco fácil para Vanessa, que dedicou longos anos a um casamento que foi ruindo aos poucos, e deixou marcas terríveis. Agora, morando com a tia e trabalhando na Saks, ela precisa tomar um rumo em sua vida. Depois de meses, ela descobre que seu ex marido irá se casar novamente. Ela não pode permitir.

Nellie é uma jovem mulher inteligente e cheia de planos. Quando conhece Richard, ela acredita ter encontrado o amor de sua vida. Carismático, gentil, rico e bem apessoado, ele parece o cara dos sonhos. Mesmo com os conselhos de sua melhor amiga e sua mãe sobre a rapidez daquele relacionamento, ela não tem dúvidas de que quer passar sua vida ao lado dele.

Mas nem tudo são flores e Nellie sente que está sendo perseguida; ligações misteriosas, objetos que desaparecem... Será que tem alguém querendo seu mal? Ou será que os fantasmas de seu passado finalmente foram atrás dela, depois de tanto tempo?
“Seria bom se eu pudesse entender melhor na época; eu me sentia abandonada, mas agora sei como é experimentar um sofrimento pesado demais para suportar. Tudo o que você quer é se esconder em um lugar seguro e esperar a tempestade passar. Mas agora é tarde demais.”

Resenha || O Sol na Cabeça, de Geovani Martins

Companhia das Letras, 2018 || 122 páginas || Skoob
Sinopse: Em O sol na cabeça, Geovani Martins narra a infância e a adolescência de garotos para quem às angústias e dificuldades inerentes à idade soma-se a violência de crescer no lado menos favorecido da “Cidade partida”, o Rio de Janeiro das primeiras décadas do século XXI. Em “Rolézim”, uma turma de adolescentes vai à praia no verão de 2015, quando a PM fluminense, em nome do combate aos arrastões, fazia marcação cerrada aos meninos de favela que pretendessem chegar às areias da Zona Sul. Em “A história do Periquito e do Macaco”, assistimos às mudanças ocorridas na Rocinha após a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora, a UPP. Situado em 2013, quando a maioria da classe média carioca ainda via a iniciativa do secretário de segurança José Beltrame como a panaceia contra todos os males, o conto mostra que, para a população sob o controle da polícia, o segundo “P” da sigla não era exatamente uma realidade. Em “Estação Padre Miguel”, cinco amigos se veem sob a mira dos fuzis dos traficantes locais. Nesses e nos outros contos, chama a atenção a capacidade narrativa do escritor, pintando com cores vivas personagens e ambientes sem nunca perder o suspense e o foco na ação. Na literatura brasileira contemporânea, que tantas vezes negligencia a trama em favor de supostas experimentações formais, O sol na cabeça surge como uma mais que bem-vinda novidade.  

RESENHA ✍

O Sol na Cabeça é o livro de estréia do jovem carioca Geovani Martins no mercado editorial, e ele já chegou fazendo barulho! Artistas como Chico Buarque e Nelson Motta, e também o premiado escritor Milton Hatoum, já elogiaram a obra.

O livro reúne 13 contos curtos que vão narrar a vida de jovens garotos do Rio de Janeiro em diversos cenários e situações. No primeiro conto acompanhamos um grupo de amigos que contam as moedas para ir dar um rolé na praia e lá se deparam, não pela primeira ou última vez, com os olhares de preconceito e o racismo velado; na hora de ir embora, dão de cara com uma ação policial.

Esse foi meu conto favorito do livro. A linguagem que o autor usa é tão real e  que eu senti que estava naquele lugar, com aqueles garotos, e senti uma aflição e sentimentos que só um livro bem escrito assim é capaz de causar.
"É foda sair do beco, dividindo com canos e mais canos o espaço da escada, atravessar as valas abertas, encarar os olhares dos ratos, desviar a cabeça dos fios de energia elétrica, ver seus amigos de infância portando armas de guerra, pra depois de quinze minutos estar de frente pra um condomínio, com plantas ornamentais enfeitando o caminho das grades, e então assistir adolescentes fazendo aulas particulares de tênis. É tudo muito próximo e muito distante. E, quanto mais crescemos, maiores se tornam os muros."

quinta-feira, 5 de abril de 2018

TBR #2 || Alguns dos livros que pretendo ler em Abril | 2018


Olá, leitores! Como vocês estão? O ano está voando e, em um piscar de olhos, já chegamos ao mês de Abril. Março não foi o melhor mês em relação as leituras, e acabei não conseguindo postar tanto aqui no blog quanto gostaria. Vamos tentar mudar isso esse mês! Tem bastante coisa legal pra compartilhar e muitos livros para serem lidos e resenhados; nesse post vou mostrar alguns que quero muito ler em Abril.

Para quem não conhece o termo, TBR significa To Be Read (Para ser lido) e nada mais é que uma lista com pretensões de leitura.

1 - Coragem, de Rose McGowan

Coragem
HarperCollins Brasil, 2018 || Skoob || 288 páginas 

Coragem é a autobiografia da atriz Rose McGowan, que denunciou no último ano o diretor Harvey Weinstein por abuso sexual e expôs toda a sujeira e misoginia de Hollywood. Essa é minha primeira leitura de Abril e está sendo uma experiência bem interessante; não conhecia a Rose, e não sou uma grande fã de autobiografias. Até o momento, mais ou menos metade do livro, estou achando a escrita bem repetitiva... Bem, falaremos mais sobre ele na resenha :)