quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Resenha || Maria Stuart, de Stefan Zweig

José Olympio, 2018 || 364 páginas || Skoob
Sinopse: Cheio de intrigas e reviravoltas políticas, Maria Stuart é um excelente retrato biográfico. Maria Stuart é uma obra biográfica da autoria do notável escritor Stefan Zweig sobre a rainha da Escócia (1542-1587), também rainha consorte de França entre 1559-60 e pretendente ao trono inglês, enquanto descendente de Henrique VII. Condenada por traição e presa durante 22 anos por ordem de sua prima Elizabeth I, rainha de Inglaterra, Maria Stuart ascendeu ao trono ainda criança e viveu uma vida repleta de intrigas políticas, romances destrutivos e diferenças irreconciliáveis. Nesta edição com tradução de Lya Luft, Zweig traça um perfil psicológico da protagonista, transformando essa biografia em uma espécie de thriller, e apresenta Maria como uma mulher forte e determinada para sua época, que criou seu próprio destino.  

RESENHA ✍

Maria Stuart foi uma rainha de vários tronos, de personalidade forte, inquieta e fascinante, que encantou poetas por todo o mundo enquanto reinava majestosamente, e que até hoje seduz escritores e historiadores pelos mistérios que sua trajetória carrega. Maria Stuart viveu intensamente. Foi rainha da Escócia (1542-1587); rainha consorte da França (1559-60) e descendente de Henrique VII, e por isso pretendente ao trono inglês.

Só a cobertura desse período já seria suficiente para uma biografia, mas a história de Maria Stuart vai além de sua corona, reinos e tronos. Aqui, Stefan Zweig vai além e faz um retrato mais profundo de quem foi realmente essa rainha, sua trajetória, impetuosidade e os caminhos que a levaram a prisão por traição pelas mãos de sua prima, Elizabeth I, onde ficou por 22 anos antes de ser executada.
"Numa idade em que outras apenas começam a desejar, esperar e cobiçar, ela já passou por todas as possibilidades de triunfo, sem tempo nem esforço para assimilar tudo isso. É nessa precipitação de seu destino que termina também o segredo de sua inquietação e insatisfação: quem foi tão cedo a primeira em um país e um mundo jamais poderá se contentar com uma vida mais modesta. Só naturezas fracas renunciam e esquecem, as fortes não se dobram e desafiam para a luta até o destino mais forte."
Essa é uma biografia detalhada, escrita como um romance, com ares de ficção. Na sinopse é comparado com um thriller, uma vez que o autor usa de alguns artifícios do gênero para manter um suspense em sua narrativa, mesmo sendo essa biográfica.


Quando li a sinopse do livro foi impossível não me sentir animada para lê-lo. Uma rainha envolta em uma enorme rede de mistérios, mentiras e jogos políticos? Claro, fiz a leitura. Apesar do estilo do autor e seus recursos de escrita e organização dos fatos darem um ar de ficção, a leitura foi por muitos momentos um tanto enfadonha, pois o autor ia e voltava muitas vezes  ao mesmo assunto, e isso tornou alguns capítulos repetitivos e, por esse motivo, a leitura não foi das mais fluídas. Outra coisa: quero ler uma biografia da Maria Stuart escrita por uma mulher. Há alguns trechos nesse livro que diminuem alguns dos feitos tanto da nossa protagonista quanto de sua prima, a rainha Elizabeth, como rompantes femininos, fraqueza do sexo, sensíveis demais porque são mulheres, ou "menina-mulher" e por isso fizeram o que fizeram, às vezes tentando até mesmo comparar com o que um rei, um homem, faria em seu lugar. Ele também se contradiz incontáveis vezes quando também exalta a força das mesmas. Não existe imparcialidade, e o autor coloca sua opinião como narrador em cada um desses trechos.
"Mas essa cordialidade generosa tem como fundamento uma altivez forte, invisível enquanto ninguém mexe com ela, mas irrompendo apaixonadamente assim que alguém a contradiz. Muitas vezes essa mulher singular soube esquecer ofensas pessoais, mas jamais o menor ato contra seu direito de rainha."
Certamente uma leitura muito interessante e informativa que me deixou muito intrigada e curiosa para pesquisar mais sobre Maria Stuart, especialmente sobre seus últimos anos em cativeiro. É um livro que recomendo, principalmente para o leitor que já tem certo conhecimento sobre a misteriosa rainha da Escócia. 

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