Amazon, 2020 || 112 páginas || Skoob
Sinopse:"A angústia e o Ser" é um livro dedicado a todas as pessoas que já experienciaram ou experienciam algum tipo de sofrimento, no qual a alma e a mente são profundamente afetadas. Ele é um corpo em febre, sozinho, em meio à escuridão da noite; ele grita e geme de dor, você o ouve? Você o entende? O que ele te diz?
Este livro é a personificação da dor, da angústia e do vazio humano.
Cuidado.
RESENHA ✍
“A Angústia e o Ser” é um livro para quem sente muito. Uma leitura para quem sente tanto, e tão profundamente, que pode se perder numa enorme angústia e em sentimentos difíceis de descrever; sentimentos estes que o escritor brasileiro Israel Villar tão sensivelmente aborda nos poemas e contos que compõem esse que é seu primeiro livro publicado (disponível em e-book na Amazon). Os textos presentes no livro são ainda acompanhados por ilustrações (por Filipe Costa de Souza) que também carregam muito da dramaticidade, da solidão e vazio que permeiam a obra.
Escrevo porque me parece mais humano que o próprio ato de respirar. É uma necessidade primária. Se não escrevo, nego-me a mim mesmo, que também sou outro, enquanto o outro me é desavisadamente, e nego-me à vida.
Quem nunca sentiu tanto e de tal forma que nada nem ninguém parecia capaz de explicar ou abrandar as emoções? E o quão importante é poder contar com algo que, nessas horas, sirva de consolo? Eu sempre busco a literatura para tentar me compreender melhor; os livros certos, lidos em momentos específicos, conversam com o leitor. Eles, de certa forma, podem ser como abraços, ao nos identificarmos intensamente com personagens e situações narradas.
Acredito ser impossível ler esse livro e sair ileso. Tenho certeza que as palavras vão tocar aqueles leitores que procuram por textos que entregam exatamente o que prometem: e neste encontrarão poemas e contos sobre dores profundas da alma, sobre a angústia de se viver lutando para aguentar mais um pouco, para que algo se mostre o suficiente para continuar, para se agarrar.
Esse mal do qual sofro, que planta em meu peito um sentimento comprimido de um profundo pesar: há dias que penso ser o último de minha vida, mas de minuto em minuto eu vou me equilibrando entre o medo e o desejo de não sentir mais dor, e ao fim do dia ainda me encontro vivo.
Foi uma leitura envolvente, por vezes sufocante de tão real. Os contos foram meus textos favoritos no livro, não desmerecendo a beleza presente na poesia do escritor, mas me identifiquei mais com sua prosa. O último conto, “Flores noturnas:...”, foi dos cinco o que mais me provocou. Adorei conhecer as personagens Clarisse e Virgínia.
Deixo o alerta de se tratar de um livro muito intenso, triste, e os temas aqui descritos podem ser gatilhos emocionais: morte, depressão e suicídio. Contém também, em todos os contos: personagens no limite da emoção. Leiam em doses homeopáticas :)
Fica aqui minha recomendação de mais um livro nacional disponível na Amazon. Vamos conhecer e ler mais da nossa literatura! Para fechar a resenha, fica um poema retirado da obra, para que tenham um gosto do que encontrarão:
Poema XXIV
Quantas palavras, a sangue, já usei
Buscando, sem fôlego, comunicar
Esse vazio, o qual um dia acreditei
Que o tempo se encarregaria de curar?!
Mas… há algo!... não sei, não sei…
Algo que, se me calo, vem sufocar.
A palavra-silêncio que ainda não tentei:
Quem sabe a dor eu consiga abarcar.
Inspiro, exausto, a vida de uma só vez,
Já não há tempo para me adiar
Atio a primus palavra que em’im se fez
E sinto-a em meu peito se enraizar.
Vou, assim, costurando o que a Dor desfez,
Porém, sinto-me algo a escapar:
Deparo-me novamente com a mudez
Das minhas palavras a fraquejar.
Pois o que se pretende descrever
Parece de tamanho sempre aumentar.
Link para adquirir o livro na Amazon: https://amzn.to/3aEcYfz
Boa leitura!
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Poema XXIV
Quantas palavras, a sangue, já usei
Buscando, sem fôlego, comunicar
Esse vazio, o qual um dia acreditei
Que o tempo se encarregaria de curar?!
Mas… há algo!... não sei, não sei…
Algo que, se me calo, vem sufocar.
A palavra-silêncio que ainda não tentei:
Quem sabe a dor eu consiga abarcar.
Inspiro, exausto, a vida de uma só vez,
Já não há tempo para me adiar
Atio a primus palavra que em’im se fez
E sinto-a em meu peito se enraizar.
Vou, assim, costurando o que a Dor desfez,
Porém, sinto-me algo a escapar:
Deparo-me novamente com a mudez
Das minhas palavras a fraquejar.
Pois o que se pretende descrever
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Boa leitura!