sábado, 5 de outubro de 2019

Resenha || Rudá, de Kelly Hamiso

Editora Coerência, 2019 || 264 páginas || Skoob
Sinopse: Marcos é um homem inteligente, bonito e bem-sucedido. Com apenas trinta e cinco anos, ocupa a cadeira da vice-presidência da construtora Costa Barreto, o que lhe custou alguns sacrifícios pessoais: é divorciado e mal conhece seu filho. Viciado em trabalho e em tecnologia, o jovem executivo segue com sua vida apesar das perdas, até que sua rotina estressante e seus vícios urbanos se mostram capazes de ser fatais. Após a suspeita de um infarto, Marcos e o filho Arthur são obrigados a passar trinta dias na fazenda Arumã sem internet e sem celular. Em um cenário paradisíaco com pessoas marcantes e seres mitológicos, o empresário se vê diante de um novo mundo. Além de enfrentar a abstinência e as barreiras culturais, terá de encarar Eva, uma mulher de personalidade forte que não abaixa a cabeça para ninguém. Aos poucos, ele vai percebendo que essa realidade tem o potencial de lhe apresentar um novo sentido para o amor e a paternidade, restando-lhe escolher: voltar para sua antiga rotina ou mudar drasticamente seu estilo de vida? 

RESENHA ✍

Há muito tempo um romance não me prendia tanto a atenção, me emocionava e divertia tanto. Kelly Hamiso já é uma autora favorita, que me arrebatou totalmente com seus livros Morgenstern e Padma, ambos com resenha aqui no blog. Depois de duas experiências fantásticas de leitura, não podia esperar menos desse lançamento, tão aguardado por mim; então claro que fiquei encantada ao ser convidada a ler Rudá em primeira mão, e mais ainda com um convite mais que especial feito pela autora: eu escreveria um comentário que sairá na obra impressa. Imaginem minha felicidade! Além de prestigiar o mais novo livro de uma escritora tão querida eu teria a oportunidade de ter minhas palavras impressas na cópia finalizada, pela primeira vez na minha história de blogueira! Mas chega de enrolação e vamos à resenha!

Neste livro conhecemos Marcos, um homem bonito e muito bem-sucedido que batalhou desde cedo para conquistar tudo o que possui, inclusive seu lugar como vice-presidente da construtora Costa Barreto. Mas esse homem de sucesso também perdeu muita coisa enquanto olhava para a tela do celular, ou enquanto esperava pela próxima reunião ou viagem a negócios; perdeu momentos especiais com o filho, Arthur, e com sua mulher, que resolveu pedir divórcio depois de tanto tempo vendo o marido colocar o trabalho na frente de tudo.

Viciado em tecnologia e um workaholic, Marcos tem um ataque depois de um grande estresse e vai parar no hospital, onde suspeitam de infarto. Para se recuperar depois de tamanho susto, sua chefe insiste para que ele vá passar 30 dias em sua fazenda, no interior de Goiás, longe dos estresses que deterioraram sua saúde, sem celular, trabalho ou qualquer contato com a cidade grande. Assim, Marcos e Arthur partem para o lugar, sem ter ideia das surpresas que a fazenda Arumã lhes reserva. Arumã é um lugar paradisíaco, calmo, diferente de tudo o que pai e filho vivem na cidade grande, e o choque de realidade é quase demais para eles, que passam os primeiros dias se escondendo de tudo e todos.

Mas Arumã tem seus segredos, seus mitos, sua magia.

E tem Eva. Mulher forte, apegada à fazenda, aos animais e a sua família; defensora de Arumã e querida por todos, é ela quem consegue finalmente despertar os convidados, instigando-os a conhecer os prazeres daquele lugar e desfrutar de seus encantos. E ela também desperta em Marcos curiosidade e um desejo há muito adormecido... Mas será que esses dois, tão diferentes e teimosos, podem encontrar no turbilhão dentro deles um lugar o amor? Como eu disse, Arumã tem seus segredos.

Rudá foi um dos livros mais bonitos que li esse ano! E digo isso com um sorriso no rosto e uma sensação gostosa ainda no peito depois de ter devorado essa história, tão bonita e tão emocionante. Não esperava nada menos da Kelly e, ainda assim, ela me surpreende ainda com uma narrativa tão sensível. Em comparação com seus outros livros, Rudá não tem uma carga dramática tão forte, e em tamanho é também o menor, mas não deixa nada a desejar a seus irmãos já publicados. 

O livro fala sobre laços de família, relação pai e filho; tem mitologia tupi-guarani, simbolismo (algo que já é marca da autora) e uma reflexão mais que acertada sobre como nos deixamos perder com as tecnologias, a internet e o trabalho, e sobre como deveríamos parar para observar o que realmente há ao nosso redor, o que nos importa de verdade e o que nos faz verdadeiramente felizes.

Depois de ter meu coração quebrado em mil pedaços em Padma e ter me apaixonado por um personagem para lá de complicado em Morgenstern, foi a vez de sentir um quentinho muito bem-vindo no coração acompanhando os dilemas e o romance entre Marcos e Eva, personagens que me conquistaram totalmente. Agora só sei que quero urgente conhecer um lugar como Arumã, deixar mais o celular de lado e viver também uma aventura de 30 dias, ou mais... 

Não poderia recomendar mais essa leitura. Leiam!

Um comentário :

  1. Resenha maravilhosa!!! É uma honra para mim ter seu comentário no meu livro. Muito obrigada mesmo, você mora n meu cora
    ção :)

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