"A guerra é muitas coisas ao mesmo tempo, mas é inútil querer fingir que não é excitante. É insanamente exitante. A maquinaria da guerra, o barulho que ela faz, a urgência de seu uso e as consequências de quase tudo que lhe diz respeito são as coisas mais exitantes que alguém que participa de uma guerra conhecerá na vida."
Sinopse: Durante quinze meses Sebastian Junger acompanhou um pelotão de infantaria do Exército dos Estados Unidos baseado numa remota área do Leste do Afeganistão. A intenção era ao mesmo tempo simples e ambiciosa: transmitir a experiência dos que lutam em um campo de batalha, contar como se sente quem participa de uma guerra. O autor dirigiu com Tim Hethertington o documentário Restrepo, vencedor do Grand Jury Prize no festival de Sundance, além de indicado ao Oscar 2011 na categoria documentário. Guerra descreve, com sagacidade e emoção, uma experiência de vida que há milênios tem sido um ritual destinado aos jovens e fortes: algo que poucos de nós, no conforto de nossas rotinas, realmente compreendemos, e que continua sendo uma prova definitiva de caráter.
Guerra é um livro de não-ficção onde o autor vai narrar sua experiência acompanhando um pelotão de infantaria guerreando no Afeganistão. Com muita propriedade, Sebastian nos narra o dia a dia dos soldados em meio ao risco iminente de morte; não só a deles próprios, mas de seus colegas. Ali, no fogo cruzado, são como uma grande família de homens dispostos a sacrificar a vida para salvar a de seus companheiros. Eles lutam juntos, sobrevivem juntos e permanecem unidos.
Sebastian não narra apenas dias "comuns" da vida deles ali. Como permanece com o pelotão durante muitos meses, presencia momentos de guerra; tensão, mortes e muita, muita dor. Além do tédio.
Sim, tédio.
Quando não estão matando ou sobrevivendo - ou esperando um ataque do outro lado - os soldados vivem o terror do tédio. O autor mesmo admite que, às vezes, o tédio era pior até que alguns tiroteios. Na verdade, quando já há muito não tinha combate, os soldados ansiavam - sim, eles ansiavam - por tiroteios. Para fazer o que foram fazer...
Segue um trecho sobre isso:
"O tédio é tão implacável que os homens desejam abertamente um ataque. Certa manhã, no calor de enlouquecer, o tenente Gillespie anda de um lado para o outro murmurando: "Por favor, Deus, traga-nos um tiroteio."O autor dá um panorama bem legal sobre a guerra em si. Como funciona; por quê existe; as questões humanitárias, politicas e socioeconômicas... E, também, sobre o lado psicológico de tudo isso. Os soldados, como qualquer pessoa, sofrem com as perdas de seus amigos, com os ataques, com a saudade, com o dever... E isso só para começar! Resumindo: uma hora isso vai explodir.
O que acontece quando voltam para casa depois de meses acordando com barulho de bombas; lidando com o luto? Com os riscos? Tudo isso é explorado nesse livro. E as partes que envolvem mais psicologia e biologia foram, para mim, as mais intensas e interessantes.
"Quando dizem que sentem falta da guerra, não é que sintam falta de levar tiros - teriam que ser mentalmente perturbados para isso; sentem falta de estar num mundo em que tudo é importante e nada é certo. Sentem falta de estar num mundo em que as relações humanas dependem totalmente de sabermos se podemos confiar nossa vida à outra pessoa."O livro se torna cem por cento mais forte quando nos damos conta de que tudo isso, TUDO, realmente aconteceu, e foi documentado. Esses homens que aprendemos a gostar/admirar - e precisamos nos despedir de alguns no decorrer do livro - realmente existiram. Eles viveram todo o trauma. É insano e ao mesmo tempo é incrível acompanhar a trajetória desses homens. Da vida em casa, antes da guerra, até o terror contínuo de uma batalha; e, depois, a continuidade desse terror quando voltam aos seus lares. Eles foram transformados durante a luta por algo que alguns deles nem sabiam o significado.
O livro é dividido em três partes: Medo, Matança e, por fim, Amor.
A primeira parte foi, para mim, a mais desafiadora de todo o livro. Por não ser muito entendida do assunto, fiquei perdida com alguns termos, nomenclaturas e etc. Porém, no decorrer, acabei acostumando com a forma que o autor escolheu para apresentar os fatos.
Ah! Em alguns momentos o humor no livro é tão forte que dei altas gargalhadas. Sim, tem humor. Nada explicito ou pedante. É o mais puro humor. Aquele que fazemos sem perceber. Frases e momentos improváveis e vergonhosos existem até na guerra, sim senhor.
"A disposição de morrer por outra pessoa é uma forma de amor que nem a religião é capaz de inspirar, e viver tal experiência modifica-nos profundamente. O que os sociólogos do Exército, com suas pranchetas, suas perguntas, suas infindáveis meta-análises, custaram a entender foi que coragem era amor. Na guerra, uma não existe sem o outro, e, em certo sentido, eram apenas maneiras diferentes de dizer a mesma coisa."
Essa foi uma leitura pesada, exigente, mas muito bem-vinda. O tipo de leitura que vai demorar até sair da memória; e talvez nunca saia de fato. Sebastian Junger foi corajoso, e agradeço por isso; por esse relato incrível.
A edição do livro está maravilhosa. A tradução, perfeita. Posso não ser especialista no assunto, mas sou entendida o suficiente para perceber quão belo foi o trabalho do tradutor, Berilo Vargas (revisão técnica por Joubert Brízida).
Leitura mais que indicada a todos (que tenham estômago forte e gostem do tema, pelo menos um pouco)!.
*Este livro cumpre o segundo desafio do ano do Desafio Literário Premiado Observo books - um livro parado na estante há mais de um ano.
Oi Gaby nossa amo livros que falam de fatos reais, de guerra então, pq sabemos que aquilo ali realmente aconteceu e podemos sentir na pele algumas experiencias mesmo não vividas mais que trazem muitas reflexões, as vezes temos que ler algo assim para darmos valor a paz que temos e da mais valor a nossa vida,enfim o livro parece mesmo muito bom e com uma pitada de humor deve aliviou mais a tensão neh, amei sua resenhaa bjos.
ResponderExcluirHey, Gaby!
ResponderExcluirComo você disse, sim, nosso gosto é parecido.
Que livro é esse?
É sobre guerra, já quero.
Vai pros desejados agora.
Muito, muito obrigada por ler esse livro! :D
Beijo grande!
www.oblogdasan.com
Oiii, adorei este livro com toda certeza iria ler, assim que tiver oportunidade. Adorei a sua resenha e a foto haha
ResponderExcluirBeijinhos
segredosliterarios-oficial.blogspot.com
Gaby, se tem uma coisa que foi certeira pra eu me interessar 100% por esse livro foi o fato dele ser de não-ficção. Estou procurando esse tipo de coisa no momento pra poder me inspirar, sabe?
ResponderExcluirÓtima resenha!
Beijo,
Mona
Livros sobre guerra, são sempre tensos e cheios de desafios. Gosto dessa temática, aprendo e sofro com os personagens, a guerra é cruel e transforma o homem.
ResponderExcluirGostei da dica, adorei a resenha!
Bjocas
Ni
Cia do Leitor
Não sei se leria o.o acho que acabaria comprando o livro sem querer por achar que era ficção, mas quando começasse a ler ia parar. Não tô no momento pra leituras pesadas. :x
ResponderExcluirwww.belapsicose.com
Por mais que esse livro seja de uma das editoras que mais amo, infelizmente não me interessei por ele! Gosto bastante do gênero ficção, quem sabe um dia eu não dê uma oportunidade para esse livro.
ResponderExcluirAtenciosamente Um baixinho nos Livros.
Esse livro com certeza iria me deixar satisfeito ao lê-lo, curti a premissa e espero poder adquiri-lo em breve.
ResponderExcluirFrases, Trechos e Pensamentos
Meu Deus, que livro maravilhoso. Constantemente somos apresentados a relatos de guerra e consequências de batalhas que acontecem em todo o mundo, mas, quando estamos no aconchego de nossas casas, não possuímos a mínima ideia do que os participantes dessas lutas passam. Essa com certeza seria uma leitura pesada, pois saber que todos os comentários feitos pelo autor realmente aconteceram não é para qualquer um. A parte do tédio eu entendo como é, pois estou começando a acreditar que isso já é uma extensão do meu corpo, hahah. Adorei a sua resenha e sua opinião sobre a obra me fez ficar louca para realizar a leitura. Espero ter essa oportunidade em breve, porque com certeza será uma ótima experiência.
ResponderExcluirBeijos,
Fernanda F. Goulart,
Império Imaginário.
Oi, Gaby
ResponderExcluirAinda não tinha visto resenha desse livro, mas gostei da proposta do livro. Gosto de assuntos que envolvam guerra e tenham algo a mais. Acho que deve ter sido mesmo uma leitura complexa, mas mesmo assim queria fazer a leitura. QUe bom que você foi se acostumando com a narrativa. Adorei a dica.
livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br
Oe!
ResponderExcluirOlha, adorei a premissa que o livro apresenta. Acho que nunca li nada do tipo, e sua resenha só fez aumentar meu desejo por ler essa obra. Acredito que, como você comentou, acabamos por conhecer melhor o que acontece em uma guerra.
A capa não me agradou muito.
Até mais!
OIi
ResponderExcluirNão eleio muitos não-ficção, mas esse livro eu achei bem interessante. Gosto muito de coisas relacionadas a guerra apesar de ler pouco sobre o assunto. Vou procurar saber um pouco mais sobre esse livro.
Bjus
Oii.
ResponderExcluirO livro traz uma temática bem interessante, gosto bastante de ler sobre guerras que aconteceram.
Resenha impecável, Amei.
Beijos ;)
http://leiturasdamary.blogspot.com.br/
Esse livro deve ser uma leitura bem forte... e um tanto dolorosa, bacana ele ter contando isso, poucos podem entender isso e quem sabe lendo possam entender um pouco.
ResponderExcluirOii, Adoro livros sobre Guerra, são sempre leituras que causam grande impacto e serve com lição. Imagino que deve ter sido um leitura bem complexa e intensa, afinal o tema é realmente profundo. Que bom que se acostumou com a narrativa, pois parece ser um livro bem legal, o importante é tirar o máximo de aproveitamento de cada leitura né.
ResponderExcluirBjs
Aline Lima
http://alinenerd.blogspot.com.br/
Oi!
ResponderExcluirNão curto muito livros que falam de fatos reais, todos carregam uma carga emocional muito grande e isso não faz muito meu estilo, prefiro livros mais leves, rsrs.
Mas mesmo assim gostei da sua resenha, apesar de tudo me deixou curiosa =)
Bjs
http://blogimaginacaoliteraria.blogspot.com/
Olá,
ResponderExcluirMesmo tendo um pouco de receio de ler algo baseado em fatos, eu acho que leria. Gostaria de conhecer o lado geral visto de outro ponto de vista sem ser um soldado, alguém que está 'por fora' mas ao mesmo tempo está lá.