quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Resenha || Máquinas Mortais, de Philip Reeve

HarperCollins Brasil, 2018 || 320 páginas || Skoob
Sinopse: Neste mundo criado por Philip Reeve, a humanidade quase teve um fim em um conflito nuclear e biológico chamado de Guerra dos Sessenta Minutos. O mundo virou um descampado, a tecnologia foi praticamente extinta e todos os esforços humanos se voltaram para um único objetivo: fazer suas cidades sobreviverem. Para isso, elas precisam se mover, se tornando Cidades de Tração, para se afastar da radioatividade e doenças. Londres é uma grande cidade e está sempre em busca de novas cidades para se alimentar, como dita o Darwinismo Municipal: metrópoles consomem as cidades menores, que consomem vilarejos e assim por diante... No meio de um ataque de Londres à uma cidadezinha desesperada, Hester Shaw, uma menina com uma cicatriz horrível, tenta matar Thaddeus Valentine, o maior arqueólogo da metrópole. Valentine é salvo por Tom Natsworthy, um historiador aprendiz de terceira classe. De repente, ambos acabam caindo para fora da Cidade de Tração. Agora perdidos no vasto Campo de Caça, sem uma cidade para protegê-los, os dois precisam unir forças para alcançar Londres e sobreviver a um caminho cheio de saqueadores, piratas e outras Cidades de Tração. Além disso, ao que tudo indica Londres está planejando um ato desumano, envolvendo uma arma não usada na Guerra dos Sessenta Minutos, que pode dar fim ao pouco que restou do planeta...  


RESENHA ✍

Máquinas Mortais é o primeiro volume de uma série pós-apocalíptica onde somos apresentados ao nosso mundo, ou o que sobrou dele, após a Guerra dos Sessenta Minutos, que mudou completamente a forma como as cidades interagem. Aqui, Londres é uma das Cidades Tração, comunidades inteiras que vivem em movimento em grandes e monstruosos veículos que perseguem uns aos outros para continuar na estrada ou, no caso da Londres que aqui conhecemos – ter ainda mais poder. 

Nela vive Tom, um aprendiz de terceira classe do Museu de Londres que após uma briga acaba indo trabalhar nas Entranhas, onde todo tipo de lixo (e possíveis relíquias) fedorento é armazenado. Lá ele encontra Valentine, um Historiador de grande fama que é sua maior inspiração. Ele só não contava com a descoberta de um segredo terrível, o encontro com Hester Shaw, garota perigosa de rosto desfigurado, e o fato que, de uma hora para outra, é chutado para o Exterior, todo aquele mundo silencioso e sem movimento... Seu maior pesadelo. E onde a maior aventura de sua vida tem início.
"Era natural que cidades comessem vilas, assim como as vilas comiam vilarejos, e vilarejos pegavam pequenos assentamentos. Isso era Darwinismo Municipal, e esse era o jeito que o mundo funcionava há mil anos."
Leitura empolgante e totalmente viciante. Assim que comecei, ficou difícil simplesmente largar e, se tem uma coisa que esse livro não é, é sem movimento. Philip Reeve cria uma trama repleta de aventuras perigosas, cenários ricos em detalhes e situações impossíveis das quais os nossos protagonistas precisam sair vivos. Tom e Hester são dois personagens bem interessantes, e foi incrível acompanhar o desenvolvimento da relação de amizade que surge entre eles. 

Esse foi um livro de distopia que realmente me tirou o fôlego. Apesar de ter sido escrito para um público mais jovem, e sua linguagem mostra bem isso, ele me surpreendeu pelo universo genial que Reeve criou. É gigantesco, e é absurdo o quão grande ele ainda pode ficar nos próximos volumes. São tantas possibilidades para esse universo, essa trama e seus personagens! Espero conseguir ler a sequência muito em breve. Ah, toda essa história incrível de máquinas mortais, Cidades Tração e sistemas defeituosos estará ainda esse mês nos cinemas aqui no Brasil! 

Se você gosta do gênero, não pode perder esse aqui! 

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